Galanga era rei do Congo, mas acabou capturado com a família por portugueses e enviado ao Brasil para ser vendido como escravo. Durante o trajeto, sua mulher, rainha Djalô, e a filha, princesa Itulo, foram lançadas ao mar.
Embora não exista comprovação histórica de sua existência, Galanga, ou Chico Rei, é um personagem lendário presente na tradição oral mineira desde o século XVIII.
Galanga era rei do Congo, mas acabou capturado com a família por portugueses e enviado ao Brasil para ser vendido como escravo. Durante o trajeto, sua mulher, rainha Djalô, e a filha, princesa Itulo, foram lançadas ao mar.
Galanga chegou ao Rio de Janeiro em 1740 e foi rebatizado Francisco. Ele e o filho Muzinga foram levados por um Major para trabalhar na Mina da Encardideira, em Vila Rica (atual Ouro Preto). Durante muito tempo, Chico trabalhou duro e pôde comprar a própria liberdade e a de Muzinga. Há quem diga que ele escondia ouro em pó nos cabelos e ao fim da jornada de trabalho lavava os fios para recuperar o metal.
Na sequência, Chico comprou a alforria de outros escravos e, com o passar do tempo, de olho nas dívidas do patrão, foi capaz de adquirir a Mina da Encardideira, agora mina de Francisco, o rei.
Com a prosperidade alcançada pelo garimpo, libertou mais escravos com quem teria chegado ao Brasil, muitos deles seus súditos no Congo. Os alforriados o chamavam "rei".
A devoção à Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e à Santa Efigênia fez com que Chico construísse com outros negros, em Vila Rica, uma igreja dedicada às santas, o ano era 1785. A igreja possibilitou que eles realizassem suas festas com danças e cantos para louvar as protetoras.
Galanga morreu de hepatite aos 72 anos. O filho seguiu como Rei do Congado, assumindo a posição que pertencia ao pai. Chico Rei é celebrado até hoje em festas populares que têm canto, dança, procissão e até coroação dos reis do Congo. Vem daí o nome dessa festividade: Congada, Congado ou simplesmente Congo. A comemoração é feita em meses distintos ao longo do ano, por homenagear santos negros na data de aniversário de cada um. Por ser uma figura tão importante no folclore de Ouro Preto, Chico Rei é celebrado na cidade no mês de janeiro, já que ele costumava organizar solenidades no Dia de Reis.
Aqui na Chico Rei procuramos sempre trabalhar a memória de uma história tão bonita como a de Galanga. E buscamos ser coerentes com a biografia (lendária ou não, é uma escrita de vida e tanto) de quem nos batizou. Liberdade, diversidade e representatividade estão sempre presentes no que desejamos construir enquanto marca e nas trocas que estabelecemos com nosso time. Esperamos que o carinho que a gente tem pelas memórias de Chico Rei possam chegar embaladinhas por muito afeto em sua casa.
Para celebrar a vida de Chico Rei, trabalhamos um bocado para levar sua história para o maior número possível de pessoas. Por isso, lançamos mão dos mais variados formatos para que Chico Rei e seu legado sigam inspirando novas histórias.
O filme "Chico Rei Entre Nós", documentário da diretora Joyce Prado, narra a história e legado de Chico Rei, sinônimo de luta, de liberdade e da ancestralidade africana, que por muito tempo foi silenciada.
A narrativa de “Chico Rei Entre Nós” é construída em um formato de “cartografia visual”, ou seja, busca por rimas entre o passado e o presente, mostrando por entre as linhas nas placas de rua, e construindo um mapa emocional da vida das pessoas negras.
A websérie de 3 episódios “Chico Rei em Movimento” é um mix de videodança e documentário, recriando de forma inédita os feitos de Galanga e lançando um novo olhar sobre essa narrativa que tanto representa.
Fomos até Ouro Preto desvendar as histórias de Chico Rei com a ajuda de historiadores e personalidades da região. O resultado deu origem a dois episódios do Chico Rei Cast, onde contamos toda a jornada deste personagem histórico.
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